A população do Campeche e do Sul da Ilha recebeu com surpresa o anúncio da sessão itinerante da Câmara Municipal de Florianópolis no Conselho Comunitário do Rio Tavares, marcada para quarta-feira, 20 de agosto, às 19h. Para ainda maior surpresa e indignação, a Câmara comunicou em seu site o cancelamento da sessão apenas um dia antes , alegando, de forma vaga, problemas elétricos no local. Considerando que a região dispõe de diversos outros espaços aptos a sediar a atividade, tal justificativa não se sustenta.
Havia grande expectativa da comunidade em participar, especialmente após o ato realizado em 9 de agosto, quando centenas de moradores foram às ruas contra a verticalização do Campeche e do Sul da Ilha . O protesto denunciou os graves impactos dos grandes empreendimentos imobiliários na região: destruição da paisagem, poluição de rios, lagoas e praias pela ausência de saneamento básico, e despejo de esgoto na rede pluvial, comprometendo mangues e o mar.
Denunciamos também a omissão da Prefeitura Municipal , que tem favorecido esses empreendimentos ao flexibilizar o padrão construtivo, permitindo, por meio de ADIs e AUEs, prédios de 7 a 12 andares em áreas sem infraestrutura adequada.
Diante disso, as entidades e moradores do Sul da Ilha reivindicam:
* A imediata remarcação da sessão itinerante da Câmara Municipal de Florianópolis na região , em data próxima e amplamente divulgada;
* Tempo adequado para debate , superior aos 20 minutos inicialmente previstos, para que a comunidade possa expor e discutir com profundidade os impactos do atual modelo de ocupação urbana na qualidade de vida, na mobilidade e no meio ambiente do Sul da Ilha.
A participação popular não pode ser tratada como mero protocolo . Exigimos que a Câmara Municipal cumpra seu papel de ouvir a sociedade e atuar com transparência diante de um tema que ameaça diretamente o futuro de nossa região.