A artista plástica Andrea Honaiser inaugura no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, às 19 horas, no Espaço Multicultural do Círculo Ítalo-Brasileiro/SC, na Praça XV de Novembro, 340, em Florianópolis, a exposição “Cores do Feminino”.
São obras em papel, de vários tamanhos, em que a artista utiliza batom, lápis, sombra, corretivo, esmalte, rímel, delineador e outros produtos de maquiagem para pintar mulheres – entre elas Leila Diniz, Marielle e Frida Kahlo – além de desenhos femininos de beleza, potência e sensualidade.
Em 2012 surgiu o primeiro desenho dessa série. “Quis registrar um impulso e não tinha material disponível, mas tinha na bolsa o batom e lápis de olho. E foi com isso mesmo que fiz. Me empolguei com o resultado e a possibilidade, inusitada, do material ser de certa forma tão instável, ao mesmo tempo indelével e surpreendente como são as emoções”, afirma.
Andrea explica que no começo, quando abria as pastas onde foi guardando os desenhos, “era um aroma perfumado, feminino. Depois, essa ideia de pintar o feminino com cosméticos, com o que as mulheres se pintam foi me conquistando. Aos poucos fui explorando e incorporando outros materiais junto com o batom e lápis de olho. Sombras, rímel, delineador, esmalte – e pinto com o pincelzinho do próprio esmalte –, batons de todos os tipos e, claro, fixados com spray de cabelo, laquê. Tudo muito feminino, cheiroso e forte”.
A artista diz que não sabia como seria a durabilidade, se manteria a cor original, como os cosméticos se comportariam no papel, o suporte utilizado. “A partir dessas experiências descobri ao longo desses anos que duram mesmo – que o diga uma mancha de batom na roupa”, acentua Andrea, com humor.
Pesquisando, descobriu que foi redigida no Parlamento inglês uma lei associando a maquiagem e as “artes da sedução” à bruxaria. O texto dizia que as mulheres que “seduzirem ou atraírem ao matrimônio qualquer súdito de Sua Majestade por meio de perfumes, pinturas, cosméticos loções, dentes artificiais, cabelo falso, lã de Espanha, espartilhos de ferro, armação para saias, sapatos altos ou anquilhas, ficam sujeitas à penalidade da lei que agora entra em vigor contra a bruxaria e contravenções semelhantes, e que o casamento, se condenadas, seja anulado…”.
Pintar com cosméticos é um desafio, porque o material “não obedece”, diz ela, com ironia. “A ponta do batom fica grossa. Acabo usando dedo, unha, cotonete, pincel. Foi desafiador. E assim apareceram as mulheres que foram compondo essa mostra. Vênus, Mona Lisa, Leila, Marielle, Amini, Frida, mulheres que foram surgindo porque elas, de alguma forma têm alguma relação com a beleza, a força, a atitude ou com a palavra como afirmação e contestação. Algo como: podem tentar me amordaçar, mas minha boca não irá se calar. Até o silêncio pode denunciar”.A exposição permanecerá aberta de quarta a sexta, das 13 às 19 horas e aos sábados, das 9 às 13 horas, até o dia 22 de março. O Espaço Multicultural do Círculo Ítalo-Brasileiro/SC está localizado na Praça XV de Novembro, 340, em Florianópolis.
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