Naquele 25 de maio, em dois locais até então pouco conhecidos, quando a madrugada dava lugar à luz do dia e o cansaço tomava conta dos corpos daqueles que haviam viajado por horas dentro de caminhões, cerca de duas mil famílias chegavam em busca da terra prometida. O povo reunido nutria a esperança, o medo era vencido. Nem mesmo o fogo, que os capatazes colocaram na ponte, intimidou os Sem Terra que chegavam. Assim, em 1985, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizou, ao mesmo momento, suas primeiras ocupações em Santa Catarina, nos municípios de Abelardo Luz e São Miguel do Oeste.
Hoje em Santa Catarina, cerca de 6 mil famílias vivem em 140 assentamentos da reforma agrária. Há escolas, cooperativas, se cuida da terra e da saúde dos que ali vivem, bem como da saúde daqueles que, na cidade, se alimentam dos frutos da terra.
E a luta pela terra segue nos acampamentos existentes. Infelizmente ainda há muita concentração de terra nas mãos de quem não a trabalha ou a explora destruindo a natureza. O Sem Terra quer terra pra viver, pra produzir alimentos de forma saudável.