Enquanto o prefeito de Florianópolis aprova na Câmara recursos para asfaltar ruas, comunidades de periferia vivem sem qualquer condição de saneamento e ainda enfrentam o drama da fome nessas semanas de quarentena. O Movimento de Luta pela Moradia, juntamente com o MST, esteve hoje pela manhã na comunidade Vila Esperança, bairro dos Ingleses, para distribuir cestas básicas e produtos de limpeza. As cestas chegaram, mas o saneamento não existe. E, como já foi divulgado pelos cientistas, falta de saneamento fragiliza ainda mais as pessoas que vivem na periferia. Pelo menos dois estudos realizados na China, conforme divulgou a rede BBC, mostraram que os infectados pelo coronavírus apresentaram material genético do vírus nas fezes, mesmo depois de não estar mais no pulmão ou nas vias respiratórias. Isso significa que numa comunidade sem saneamento, o esgoto a céu aberto é mais um foco de infecção.
Na comunidade de Vila Esperança são quase 100 famílias, das mais de mil (cerca de quatro mil pessoas), que hoje vivem à margem da politica de saneamento e habitação. Essas famílias estão há cinco anos lutando pelo direito de morar e viver a cidade, mas seguem abandonadas pelo poder executivo, pelo judiciário e pela maioria dos vereadores.
Fotos: MNLM