O Grito dos Excluídos começou a ser entoado em 1995, quando o Brasil vivia o horror das privatizações durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e toda sorte de políticas neoliberais que empobreciam ainda mais os brasileiros. Assim, durante a semana de celebração do dia da Independência, os movimentos sociais, populares, realizavam uma série de manifestações para denunciar o arrojo e a destruição do patrimônio público. Os protestos culminavam sempre no desfile cívico-militar no 7 de setembro.
Nos primeiros anos houve confronto, tumulto, polícia, o kit básico que o Estado usa contra a população que luta. Depois, com o tempo, o grito dos excluídos chegou a ser incorporado aos desfiles.
Ao longo desse tempo todo, o grito não deixou de ser dado, porque a vida das gentes não mudou estruturalmente. Ainda que o volume tenha diminuído, os excluídos sempre se mantiveram mobilizados e em protesto.
Esse ano, em Florianópolis, o Grito dos Excluídos vai acontecer fora do ambiente do desfile. As comunidades de ocupação, os espaços empobrecidos, os indígenas, quilombolas, toda essa gente que clama por vida digna numa cidade de exclusão estará reunida numa marcha que sairá da comunidade do Mont Serrat, no maciço do Morro da Cruz em direção à Catedral.
O arquiteto e ativista Loureci Ribeiro fala sobre como será a manifestação que terá como eixo a denúncia da violência extrema que o Estado vem usando contra as comunidades em luta em Santa Catarina.