Texto: Valdeci Reis
Nesta quinta feira (04/10/2018) às 15:00 haverá um grande ato em frente ao Centro Administrativo do Governo de Santa Catarina em protesto aos cortes orçamentários que atingem a Universidade do Estado de Santa Catarina.
Nos últimos anos, sucessivos ataques orçamentários tem colocado o funcionamento da universidade em risco. 2019 será um ano de muitas dificuldades para a universidade brasileira. Dos 13 candidatos que disputam a Presidência da República, apenas cinco deles incluíram em seu programa de governo considerações sobre o Plano Nacional de Educação: Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Marina Silva (Rede) e João Goulart Filho (PPL).
É já um indicador importante. Observa-se que partidos e candidatos posicionados à direita no espectro político sequer se preocuparam em fazer menção ao PNE. Nem precisariam mesmo. Sabemos bem o que pretende a direita no campo da educação: impor ‘reformas’ para amordaçar as práticas educativas e submetê-las a tal ‘escola sem partido’, silenciar os sujeitos da educação, fragilizar e desqualificar a escola pública para então abrir seus tempos e espaços às investidas dos mercadores e seus ‘programas de ensino’ prontos. Essa agenda, fortalecida com o poder econômico, elegerá muitos deputados estaduais e federais, senadores, e ainda há um forte risco de eleger também o presidente da República.
É então que conhecer os planos e as propostas para a educação pública de candidatos de partidos mais à esquerda torna-se fundamental. Exigir deles e delas o compromisso com a retomada de uma agenda progressista para a educação pública é decisivo.
Na Presidência da República, uma escolha de presente e de futuro para o Brasil: ou o avanço das práticas civilizatórias, ou a barbárie.
Não merecemos viver experiências que a história da humanidade tão dolorosamente registra.
As Assembleias Legislativas Estaduais e o Congresso Nacional (Câmara e Senado) serão territórios de intensa disputa em torno das políticas para a educação pública nos próximos anos: a Lei de Diretrizes e Bases (já com 22 anos), a BNCC, o financiamento da educação, as reformas do ensino, a formação de professores/as, a carreira docente, dentre outros, serão temas cruciais em debate nas casas do Legislativo. E nessa agenda, o Plano Nacional de Educação é prioridade máxima, por congregar essas e outras questões. Retomá-lo, tirá-lo do abandono, superar sua interdição é pauta urgente.
Nossa mobilização para garantir avanços para a educação pública é desafio permanente, nas escolas, nas universidades, nos sindicatos, nos movimentos sociais e na rua, sempre.
Então, fiquemos com a música inspiradora de Milton: “nada a temer senão o correr da luta, nada a fazer senão esquecer o medo”.