Foto: Mulheres de Floripa em Luta/Jornalista Rubens Lopes/Rádio Campeche
Nesta quinta feira às 10:00 vai ao ar a última edição do programa “especial eleições 2018” antes do pleito do primeiro turno. O programa vai receber cinco especialistas para analisar a movimentação das campanhas majoritárias e a expectativa para o segundo turno.
O programa “especial eleições 2018” tem um formato diferenciado da mídia comercial. Nasceu a partir do incomodo da população do sul da ilha ao observar a forma como a mídia tradicional estava conduzindo esse tema. Os debates conduzidos pelas grandes emissoras de TV tem o seguinte formato: 30 segundos para pergunta; um minuto para resposta e 40 segundo para réplica. Ou seja, o candidato simplesmente reproduz o discurso preparado pelo marqueteiro. Se analisarmos algumas séries de entrevistas com os presidenciáveis colocadas em curso pelas grandes emissoras, constatamos que foi pouco explorado o que o candidato faria se fosse eleito. O que mais se viu foram perguntas com base em fofocas que saíram em revistas, e/ou supostas delações premiadas, o plano de governo dos candidatos registrado no Tribunal Superior Eleitoral foi ignorado pela “grande mídia”.
Diante dessa inquietação, nasce essa proposta da emissora de explorar alguns pontos do plano de governo do candidato. Obviamente que alguns candidatos se recusaram a conceder entrevistas neste formato. Todavia entendemos que a Rádio Comunitária Campeche colocou em curso um trabalho contra hegemônico e que a população após apreciar os dois formatos – mídia comercial e mídia alternativa – estará apta a fazer sua escolha dia 07/10.
Uma das tarefas essenciais que está posta aos veículos de comunicação alternativa, é o estímulo na luta pela democracia. Sobretudo em momentos tão ‘temerosos’ como esse que estamos vivendo. Se a democracia brasileira está sob intenso ataque, é preciso problematizar o papel da mídia alternativa no contexto de resistência. Compreendendo a democracia de forma mais ampla: considerando o estado democrático de direito, o respeito à diversidade, à justiça social e à equidade. O grande desafio que se coloca para os comunicadores populares é documentar e problematizar a realidade como ela se apresenta, com todas as suas impurezas, evidenciando as tensões, os dilemas, as ambivalências e os inacabamentos que surgem no lócus observado.
O futuro próximo – 2019 – anuncia grandes conflitos sociais: privatização e mercantilização do ensino público; reforma no ensino superior; base nacional comum das licenciaturas; intensificação do ajuste fiscal; reforma da previdência; mudanças no PNLD; expansão das comunidades em situação de vulnerabilidade social e risco.
Talvez possamos aprender com as mulheres que foram as ruas no sábado (29/09), colocar em prática uma nova cultura de participação: construção de redes de comunicação independentes, forma horizontal de organização, decisões por meio de colegiados e assembleias. É um processo marcado por conflitos e resistência, mas esse movimento pode ser a força que impulsionará novos debates.
No segundo turno, o programa continuará entrevistando candidatos e fazendo análise de conjuntura.