Fotos: Margareth McQuade
Nossa rádio comunitária transmite 24 horas desde o ano de 2006. E antes já era espaço da voz do Campeche, com suas transmissões esporádicas, em momentos necessários. Primeiro funcionou na casa do Lúcio, um dos fundadores. Depois, com a cessão de um terreno por parte do Sinergia foi sendo construída, devagar, mas solidamente, tijolo a tijolo, pelas mãos das gentes em luta. É um espaço pequeno, mas abriga tanta energia, que aparece gigante aos nossos olhos.
A nossa comunitária tem um pouco de cada um e cada uma que já aportou por aqui. Sejam aqueles que ficaram por pouco tempo, os que só passaram, ou os que estão desde sempre. Não importa quanto tempo deram, todos têm a sua importância. Deixaram ali, plasmadas, nas paredes, nos jardins, no alpendre, as suas almas viageiras e generosas, que constituem o universo daquilo que sempre sonhamos: um espaço onde a voz das gentes pudesse se expressar.
E tem sido assim desde o primeiro dia, desde a primeira transmissão, feita para falar da luta do plano diretor. A partir daí essa pequena casinha tem sido uma referência no bairro, para todos aqueles que travam batalhas, que produzem cultura, que animam a comunidade. Vem do compromisso dos associados que, religiosamente, pagam sua anuidade e comparecem sempre que chamados para qualquer coisa que for. A Rádio Campeche é espaço de pura vida.
Agora, por esses dias, nossa rádio tem recebido, outra vez, uma nova onda de energia boa. Voluntários de vários lugares, não só do bairro, estão empenhados na ampliação do nosso estúdio. Hoje ele é pequenino e sem qualquer acústica, totalmente permeável aos sons do caminhão do gás e até do avião que passa no céu. Pois a partir de um projeto de bioconstrução, coordenado pelo professor Márcio Holanda, a rádio tem recebido moradores, vizinhos e apoiadores para mais essa empreitada.
E o novo estúdio vai surgindo, devagar, pelas mãos e pelos pés desses companheiros e companheiras que doam seu tempo, sua paixão, sua ternura para garantir que nossa rádio fique ainda melhor. As paredes vão sendo levantadas, cobertas de adobe, terra amassada com amor. E tudo vai tomando forma.
O trabalho é longo, o processo é lento, mas a obra vai surgindo, pouco a pouco, transformando terra, areia, cocô de cavalo, capim e outros materiais em beleza. Porque as mãos que constroem são mãos que amam o que fazem.
Estamos caminhando, mas ainda há muito que andar. Queremos construir um estúdio grande, bem montado, capaz de garantir um som limpinho e até, quem sabe, ser capaz de ajudar nossos músicos locais que não têm onde gravar. Sonhamos alto e sonhamos coletivamente. Isso é bom.
Para seguir com a obra precisamos de ajuda. Já temos todo esse trabalho voluntário do Márcio, da Margô, do Luis Gustavo, dos rapazes e garotas que se agregam ao projeto, os voluntários, os moradores. Temos a contribuição fundamental da Maria Lúcia Chagas, que não mede esforços para ajudar. Temos a força do Gilberto, da Painéis Eldorado, o Eduardo, da Destino Certo, o Mário Volpi com seu trabalho de marcenaria, o Marcelo, da Duran Madeiras, o Lázaro que doa a água, o pessoal que já ajudou com brita, bambu, madeira, bacias. Temos toda a galera do Banco de Tempo. É gente demais embarcando no nosso sonho.
Muito já fizemos, mas ainda há trabalho demais e gastos demais. Por isso pedimos a quem puder, que dê sua contribuição. Qualquer valor ajuda. E se não tiver dinheiro, venha ajudar. Aqui sempre encontrará sorrisos, companheirismo e paixão. É a nossa comunitária, crescendo no tamanho do seu passo.
Para contribuir é só depositar na conta :
Caixa Econômica Federal
Operação: 013 (poupança)
Agência: 3524
Conta: 8387-8
Bem… Sou afim de contribuir com prestação de serviços! Tenho os paranauês das Elétricas Prediais!
Emocionou. muito obrigado pelo relato. Trabalho longo e perene.
Linda publicação ! O Banco de Tempo agradece a oportunidade em fazer parte dessa história ^^
Que legal, fique feliz de ter participado desde o primeiro curso ate o final e ver cada tijolo ser encaixado e formar paredes…
MArtha de Lima – voluntária – Programa Pós Zé.
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