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O Surrealismo de Floripa e a contemporaneidade de Glauber Rocha

Vinte e cinco dias de greve se passaram e houve espaço para mais surrealismo por parte do executivo municipal. No dia de hoje, uma propaganda no principal canal de TV aberta do município afirmava que a Prefeitura desejava dialogar individualmente com cada servidor que estava em greve. Caso os servidores voltem ao trabalho na segunda – feira, terão apenas cinco dias descontados e 2% de aumento parcelado em duas vezes. Cabe a pergunta: quanto nós contribuintes estamos pagando por essa veiculação?

Só mesmo o Filme de Glauber Rocha para definir o que estamos vivendo na “Ilha da Magia”: Uma Terra Em Transe! Este longa de 1967 faz uso de elementos históricos muito próprios do Brasil e da América Latina como um todo, especialmente porque não se nega a mostrar as diferenças sociais, as contradições político-ideológicas, o embate entre povo e a burguesia, o uso da força militar e do assassinato político. Através de todos esses fatos observados no Terceiro Mundo, Glauber Rocha nos mostra a crônica de uma ascensão ao poder e de uma subsequente derrocada.

Diante desse surrealismo trágico que estamos vivenciando na cidade de Florianópolis, não é de “Saúde e Já” e “Creche Já” que necessitamos. Precisamos, aqui e agora, de uma cidade que funcione para a garantia de direitos, e não para a sua destruição. De instituições que garantam a igualdade formal diante da lei e que acione mecanismos para que tal igualdade ultrapasse os umbrais da formalidade. De lideranças políticas que tenham empatia pelo sofrimento alheio e combatam firmemente toda e qualquer violência praticada contra qualquer grupo social ou político. Certamente quando tivermos isso, teremos uma educação e uma saúde de melhor qualidade para todos e todas, como merecemos!

 

5 comentários em “O Surrealismo de Floripa e a contemporaneidade de Glauber Rocha”

  1. Dorotea Brando

    Realmente necessitamos, para ontem, de lideres que nos representem e tenham empatia pelo sofrimento de cada um do seu povo. Certamente , no momento em que não tivermos tantas discrepâncias na distribuição de renda entre todos os níveis e classes, teremos: educação, saúde, transporte, saneamentos, infra-estrutura , não violência e melhor qualidade de vida para todos.

  2. Excelente análise! Assisti todos os filmes de Glauber Rocha quando estava no chamado segundo grau. Época do final da ditadura, não esqueço do momento caótico que vivíamos. Agora, estamos de volta a esse período, de ditadura. Então, precisamos rever os filmes de Glauber Rocha. A Terra está novamente em transe! Fica a dica! Parabéns, Rádio Campeche!

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